domingo, 24 de abril de 2011

Fragmento insólito


Da parte que me tocou, guardarei o brinde e sua boca roçando minha nuca.

Quando a pele fala mais alto não há paradigmas, enigmas.

Insólito foi o que me veio sem pretensão ou jogo, sinuca de perdição.

Contemplação em única dose, bucólico, embora eu não tenha vocação.

Talvez eu a tenha pedido numa esquina da Av. paulista em dia de chuva, ou na febre do rush do Metrô que você desembarcou.

Ou quem sabe eu a tenha ocultado por prevenção. Mas não pensei sobre isso quando arranhei suas costas, quando rodeei suas encostas.

A metrópole me enleia, coso minha teia e nem sei se conseguirei achar o caminho de volta à razão. A loucura também tem sua razão de ser.

Mas por precaução deito-me no seu ombro antes que o dia amanheça e a paz volte a reinar nas avenidas tão precisas de congestionamentos.

Não sou adepta de julgamentos, por isso deixo-te na próxima estação. Para te ver mais um dia, ou não.

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