quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ré confessa


E então aquele moreno, cabelos longos chegou. Mas chegou chegando mesmo, não quero dizer com isso que o cara me parou, eu é que parei na do cara. As frases dele pareciam ter um ponto final, e eu disse na lata, sou cara de madeira. Os homens inteligentes sempre tem a resposta certa, retrucou dizendo que as minhas tinham reticências. È que tentei fazer você desvendar o restante baby. Haven’t you got it?
Naquela noite eu era ré, não confesso se primária. Deixemos as culpas no jardim, elas não cabem em você, muito menos em mim. Confessei meus delitos cometidos em momentos de aluamento e determinação entranhados nas minhas várias faces de ver a lua. Até pensei - poderia ser tua. Mas meus momentos passam rápido se você não se mostra. Eu gosto das horas escancaradas na calada da noite, vinho tinto me deixa bravia. E com tudo isso, entretanto, todavia, ficamos lá naquele papo de desvendar quem perdeu e quem ganhou ao longo de acontecimentos passados. Papos mil, ex- namorados, ex- atual futura namorada, vida difícil ou desencanada.
Telefone dói os ouvidos.
E a conversa deve ter ficado para depois de um amanhã qualquer.
Não tenho pressa.
Só me vem o que realmente interessa.
Sou ré confessa.
E meu verbo ?
Presente do indicativo.

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